Não faltou abraço, não faltou calor! "A cenopoesia nos polinizou!"

Abertura dos Encontros de Cenopoesia do Viva a Palavra


Não faltou abraço, não faltou calor! Uhuuuu!!! "A cenopoesia nos polinizou"!

Na noite de 10 de outubro de 2023, reiniciamos os encontros de Cenopoesia do Viva a Palavra. Como a Feira do Soma Sempre, só que no google meet, cada um com seu saber, compartilhando, fomos aprendendo ainda mais um com a outra.  

E não faltou amor! Aquele diálogo afetuoso que reflete as possibilidades cenopoéticas, no cantar, no sorrir, no poematizar...

Como prática de cuidado e sempre em reconfiguração, a cenopoesia foi abrindo o encontro em poema e canção: Claudiana, não menos calorosa que nós, apesar do clima frio dos territórios onde está, entoou palavras que rememoram versos do violeiro, do artista de rua, do estudante, de quem num sarau empunha luta pedindo por justiça e paz. Viva Seu Edmar Eudes, Viva sua poesia!

E foi puxando a Josy e o Junio, com vozes e violão. Suas palavras de que a cada encontro, sendo mais que um encontro, somos bem mais. Foi tanta remissão a Ray Lima, Vera Dantas, Nicole Cruz, Jair Soares, Cleilton Bezerra... tantos cenopoetas que sem roteiro previsto colabora(ra)m para a construção desse artefato aberto, polifônico e ontológico.

Participar de um ato em cenopoesia, um evento, nos permite dizer:                                                SOU, SOMOS CENOPOETAS!  

Distante ou próximo, que pode nos afetar ou definir nossos destinos... Criar, reviventar o mundo é essencial... mas não basta! E o que fazemos hoje terá repercussão em outros momentos da história. Assim foi repentinando Jair, que cuidou de Gílian, que abraçou Jean, que emendou com Claudia, que puxou Fatima, que chamou Edson, que vislumbrou Ducivam, que cantou com Cleilton... pra falar só de alguns, porque passaram uns 40 por aqui, de tanto lugar, com tanto saber... Pense nos repertórios! Sonhou-se isso ser na Serrinha, posto que poderá ser.

Viva nosso ser e saber cenopoetas.

De sete, seu princípio primeiro, o diálogo, constitui tessitura entre pessoas e seus contextos. Por isso, também se afeta pela política e pelo amor. Principiar... é no existir, por isso a democratização da cenopoesia como espaço coletivo é reivindicado como quem assim o faz no cotidiano.

Há também a diversidade: respeito aos modos de ser, com diversas culturas, diversas cores, amores e sabores. Saberes? Não há um melhor que outros, mas há possibilidade de diálogo, né Paulo de Anita Freire? E a completude? Não há. Inconclusão: ideário de que tudo está em movimento, envolvidão.

A cenopoesia não tem formato único e constitui um desafio aos repertórios humanos e suas possíveis transformações. É ontocriativa. Somos potencialmente inventivos e criatividade não é privilégio de uns. Por isso mesmo, criamos e reiventamos o Amor, como ação-reflexão: podendo ser a amorosidade terna, afetuosa... mas também ela pode estar na bravura, nos modos de agir, na linguagem de resistência, como ato de coragem gerador de atos de liberdade.


Gílian G. Magalhães Brito

Sim, sou cenopoeta! <3 

Fortaleza, 10 de outubro de 2023.