Nasce uma Biblioteca Popular na Serrinha
Nasce uma Biblioteca Popular na Serrinha
Biblioteca Comunitária Viva a Palavra
A ideia de um lugar fixo para a biblioteca, que funcionava
de modo itinerante, foi germinando pela vontade de moradoras e moradores da
Serrinha, um bairro que tem um forte histórico de lutas populares. A ideia foi
gerando vida com as oficinas de mediação de leitura realizadas pelo Coletivo
Viva a Palavra na Escola Giuliana Galli em 2019. Em 2020, nos encontros online
do Coletivo Viva a Palavra, devido à pandemia de covid-19, os jovens da comunidade,
participantes do movimento Círculos Populares, hoje Brigadas Populares, e da
Viva a Palavra, Edvar Lima e Diego Martins, lançam a ideia de instalar uma
biblioteca na Praça da Cruz grande, local onde também eram realizados os
saraus. Edvar e Diego, que haviam participado do curso de mediação de leitura da
Viva a Palavra, resolvem procurar um local para alugar e espalharam essa ideia
para as pessoas que participavam da biblioteca itinerante e para quem tinha
participado do curso de mediação de leitura na comunidade Guaribal, com a Viva
a Palavra e a Livro Livre Curió.
Com essas sementes lançadas e cultivadas em muitas mãos, são
as mulheres, moradoras da Serrinha e
participantes dos movimentos populares no bairro, que dão início a biblioteca
comunitária em uma casa física que passa a funcionar como um espaço cultural,
artístico e educativo da Serrinha. Maria
Germana Sales já participava com suas crianças das contações de histórias
promovidas pela Viva a Palavra desde 2016 na comunidade Guaribal, sendo ela
quem fotografava as contações. É Germana que, em outubro de 2021, encontra a
casa que se torna o espaço-abrigo da biblioteca e, junto com Georgia Helora
Moura, comunicadora e poeta, que mora na mesma rua da biblioteca, passam a
organizar a biblioteca Comunitária Viva a Palavra, também com a presença da
cenopoeta e mediadora de leitura Claudiana Alencar, integrante dos movimentos
de lutas da Serrinha desde 2014 e uma das idealizadoras do coletivo cenopoético
que já atuava no território. Georgia Helora tinha um sonho de espalhar a
leitura e a literatura para todo canto e já conversava com Claudiana Alencar,
ambas da Coletiva de poetas periféricas "Elas Poemas", sobre a
criação de uma biblioteca popular na Serrinha. Georgia passa então a organizar,
em novembro de 2021, um sistema de doações para conseguir pagar o aluguel e
manter o espaço físico da biblioteca. Esse espaço, que também homenageia o
poeta popular da Serrinha Edmar Eudes, foi alugado em 10 de dezembro de 2021.
Jéssica Lourença também da coletiva “Elas poemas: escritas periféricas” se
junta a esse sonho e passa a realizar as primeiras mediações de leitura naquele
espaço que foi aberto para receber e acolher as leitoras e leitores em
A Biblioteca Comunitária Viva a Palavra faz parte do
Movimento Biblioteca Nazaria Urgente, constituído por 12 bibliotecas de
iniciativa popular da periferia de Fortaleza que lutam por recursos para dar
sustentabilidade a esses espaços de transformação social em Fortaleza. Chega
junto você também!
https://g.co/kgs/Qh1ocB
R. Benjamin Franklin, 596 - Serrinha, Fortaleza - CE,
60741-090, Brasil
Claudiana Nogueira de Alencar
Fortaleza, outubro de 2023